IV Congresso Internacional de Cirurgia Geral atrai profissionais do país inteiro

A quarta edição do Congresso Internacional de Cirurgia Geral encerra-se, na tarde hoje, mostrando-se como um dos maiores eventos, das várias especialidades cirúrgicas, do interior paulista. Ao longo dos dois dias de evento, foram duas grandes conferências, mais 16 miniconferências e 41 palestras. Participaram do evento, 600 profissionais, entre médicos, profissionais da saúde e assistências e foram mais de 200 trabalhos científicos apresentados, inclusive estudos do Amazonas.

Uma das palestras mais aguardadas foi a do médico-cirurgião peruano, erradicado na Inglaterra, Dr. Hector Vilca-Melendez, que aconteceu no final da tarde de ontem. Ele fez uma pequena trajetória desde que saiu formado de seu país de origem, passando pela residência médica em transplantes de fígado em São Paulo, no Hospital das Clínicas, até o convite para a pós-graduação no país britânico, onde adquiriu conhecimento para transplantar, além de fígado, intestino em crianças.

“A grande dificuldade do transplante de intestino é que o órgão é o que mais apresenta conflito com o sistema imunológico do paciente receptor. Portanto, o tratamento clínico pós-cirúrgico é mais delicado e essencial para a sobrevida do paciente”, explicou Vilca-Melendez.

No dia 13 de setembro, terça-feira, o cirurgião conheceu o complexo e reiterou a preciosidade que viu na Fundação. “A infraestrutura oferecida ao paciente do SUS e ao paciente privado é a mesma. E é de alto padrão para ambos. Isso não se vê nem em grandes capitais, como em São Paulo, onde essas duas realidades são muito discrepantes. Por isso, a Funfarme é, no meu entendimento, uma das instituições de saúde transplantadora que oferece atendimento socializado e humanizado no país”, afirmou o médico.

Para o organizador do evento, Dr. Renato Silva, chefe da equipe de Transplante de Fígado do Hospital de Base (HB), o evento tornou-se referência, pois permite que novas abrangências e que sejam erguidas novas possibilidades. “O Brasil não tem um centro transplantador de intestino em crianças, por exemplo. Geralmente, estes pacientes são enviados para fazer a cirurgia em outros países e o custo ao governo (e a todos nós) é caríssimo. Debater como melhorar os diversos tipos de técnicas cirúrgica e tratamento pós-cirúrgico podem trazer benefícios aos pacientes e levantar possibilidades como: por que não implantar um serviços como este se existe infraestrutura para isso e profissionais qualificados no Brasil? Há que se pensar”, pontua Dr. Renato.