HCM promove 4° encontro internacional com parceiros americanos para debater cardiopatia congênita

O problema atinge um em cada 120 nascidos no Brasil e é a 3ª maior causa de morte de recém-nascidos no Estado de São Paulo

Com foco nos desafios e melhorias da fisioterapia respiratória e ventilação mecânica em crianças pós-operadas do coração, a equipe do Serviço de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica (Seccap) do Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de Rio Preto promove, hoje, 7, o 4th Children's Heartlink International Meeting in Brazil from Theory to Practice: Mechanical Ventilation & Respiratory Therapy.

Neste ano, o HCM recebe a presidente da Fundação Children's HearLink (CHL), Jackie  Boucher, e oito profissionais da Mayo Clinic, dos Estados Unidos (localizada na cidade de Rochester, Minnesota). A Mayo é uma das instituições mais renomadas mundialmente em tratamento do coração da criança e são voluntários da Organização. O Serviço do Hospital foi o primeiro e, é um dos poucos no Brasil, a ter parceria com a CHL, que já dura mais de 10 anos. 

O hospital e a ONG visam, nestes encontros anuais, trocar experiências médicas e multiprofissionais em relação a indicadores e ao tratamento oferecido às crianças com doenças cardíacas infantis.

Na abertura, o chefe do Seccap, Dr. Ulisses Alexandre Croti, agradeceu a parceria e se emocionou. "São 17 anos cuidando de crianças e salvando vidas. A Children's tem nos ajudado a oferecer um serviço especializado de excelência, ano após ano. Somos muito gratos", agradeceu Dr. Ulisses Croti.

Depois, o diretor internacional da CHL para o Brasil, Andreas Tsakisto, apresentou a CHL e mostrou um histórico da preferia entre o Brasil e a ONG. Depois, foi a vez da chefe do Serviço de Fisioterapia da UTI Cardiopediátrica do HCM, Lilian Goraieb, apresentar a importância da fisioterapia respiratória na reabilitação de uma criança pós-operada, bem como os próximos desafios para a área.

"Nós, do Seccap, e os profissionais americanos e outros debatemos o que é feito no HCM e faremos demonstração ao vivo. O intuito é mostrar que os cuidados com o pulmão são fundamentais para garantir uma recuperação mais rápida e eficaz da criança que acabou de passar por uma cirurgia do coração", explicou Goraieb.

Ao final de sua apresentação, a fisioterapeuta foi homenageada pelo trabalho desenvolvido no setor, bem como pela humanização passada aos colegas e dedicada aos pacientes no setor. Ainda no período da tarde, uma cirurgia feita no centro cirúrgico será transmitida ao vivo aos participantes no anfiteatro do HCM.

Dados da doença são alarmantes

As cardiopatias congênitas, as cardiopatias congênitas (CC), alteração na anatomia do coração, bem como em seus vasos sanguíneos, que pode aparecer nas primeiras 8 semanas da gestação, acometem uma em cada cento e vinte crianças nascidas vivas no Brasil. Ou seja, dos cerca de 2,3 milhões de crianças nascidas no país por ano, aproximadamente dezoito mil delas nascem com problemas no coração.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, pouco mais de 8 mil crianças são operadas anualmente. "Desta forma, as outras 8 mil crianças brasileiras restantes com o problema não têm condições de serem tratadas, por não terem acesso à Serviços especializados", explica o chefe do Seccap, Dr.  Ulisses Croti.