Audiência pública sobre “Violência Obstétrica e Parto Humanizado” tem participação de entidades da Saúde e hospitais, entre eles, o HCM

     A Defensoria Pública do Estado de São Paulo, a Coordenadoria Regional da Mulher Advogada da OAB/SP e a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de São Paulo (Sogesp) promoveram, no dia 6 de novembro, audiência pública sobre tema atualmente na pauta da Saúde Pública em todo o país: “Violência Obstétrica e Parto Humanizado”. Como centro de referência em atendimento humanizado e gravidez de alto risco, o Hospital da Criança e Maternidade (HCM) foi convidado para apresentar as medidas e ações que vem adotando há anos em prol da humanização do parto e atendimento aos pacientes. Desde sua inauguração, em 2013, o HCM já realizou cerca de 12.500 partos.

     A audiência teve por objetivo elaborar propostas que visam combater esta forma de violência e disseminar a humanização do parto. Para isso, participaram do evento hospitais de Rio Preto e instituições representativas do setor e dos usuários, como a Secretaria Municipal de Saúde, Divisão Regional de Saúde, Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de São Paulo (Sogesp), Conselho Municipal de Saúde, além de grupo de mães e gestantes.

     Diretores, lideranças e profissionais do HCM e da Funfarme – Fundação Faculdade Regional de Medicina participaram da audiência, entre eles, o diretor-executivo da Funfarme, Dr. Jorge Fares, a vice-diretora administrativa do HCM, Dra. Maria Lúcia Barcelos Veloso, o vice-diretor clínico, Dr. Wagner Vicensoto, a gerente administrativa Gianna Matheus e a gerente de Enfermagem Michelle Ribeiro Achcar.

     Como contribuição importante para o debate, a médica ginecologista e obstetra Rudiane Sivieri apresentou cerca de 40 iniciativas adotadas pelo HCM que o levaram a integrar a Rede Humaniza SUS, a Rede Cegonha e ser eleito a melhor maternidade do Estado de São Paulo, no quesito parto humanizado, em pesquisa realizada pelo governo estadual junto aos usuários do SUS. “Como instituição referência em assistência, pesquisa e na formação de profissionais de saúde, o HCM tem a grande responsabilidade de, como integrante desta Rede, disseminar a cultura e as ações de humanização hospitalar”, ressaltou Dra. Rudiane.

      A médica destacou também que o HCM faz parte também da IHAC – Iniciativa Hospital Amigo da Criança, que estimulam ações que assegurem a saúde e bem estar do recém-nascido e da gestante, parturiente e puérpera através da melhoria da assistência materna e neonatal.

Entre as dezenas de iniciativas apresentadas pela ginecologista e obstetra do HCM, estão:

• Alojamento conjunto durante 24 horas/dia e a Rotina Canguru, promovendo o vínculo mãe/bebê com o contato pele a pele desde o nascimento, 24 horas por dia;
• Incentivo da participação dos pais nas práticas canguru, garantindo vínculo familiar
• Política de Aleitamento Materno divulgada a todos os pacientes e familiares e no pré natal;
• Acesso dos pais às UTIs neotanal, pediátrica e cardiopediátrica, com visita ampliada duas vezes na semana para atender pacientes, desde o nascimento;
• Acesso à visita de irmãos em todas as áreas do hospital, visando a inclusão familiar;
• Reestruturação da sala de pré-parto com ambiente acolhedor e intimista, proporcionando maior privacidade à parturiente;
• Utilização de métodos não farmacológicos para alívio da dor, como bola suíça, chuveiro, cavalinho, compressas mornas e frias, banqueta de parto;
• Realização do Funfarme Materna, curso gratuito para gestantes realizado, três vezes por ano, para as comunidades interna e externa;
• garantia do direito da parturiente ser acompanhada por doula, de acordo com à Lei Municipal n° 12.434 de outubro de 2016;
• garantia do direito de livre escolha da parturiente pelo tipo de parto, explicando individualmente cada caso de complicação às pacientes;
• acolhimento da mulher e companheiro (a) no serviço de saúde, esclarecendo dúvidas e informando sobre o trabalho de parto, parto e puerpério; 
• garantia do direito de um acompanhante da escolha da parturiente durante o trabalho de parto, parto e pós-parto, conforme Lei 11.108/04/2005;
• canal de comunicação para dúvidas quanto à amamentação, disponível 24 horas, em conjunto com o Grupo de Apoio à Amamentação, inclusive após a alta hospitalar.

Boas práticas e aprimoramento profissional constante

     Dra. Rudiane destacou também que a equipe multiprofissional do HCM está em constante aprimoramento, participando de cursos e treinamentos sobre as políticas e boas práticas de humanização, inclusive com palestra de consultores renomados no assunto.

     “O HCM segue protocolos assistenciais que asseguram as boas práticas de atenção ao parto e nascimento, baseados em evidências científicas. Além disso, nossos médicos, enfermeiros e demais profissionais estão constantemente visitando outros grandes centros médicos do Brasil para trocar experiências e trazer para Rio Preto estas boas práticas”, informou também a ginecologista, em sua apresentação.